Sociedade Recreativa e Cultural União Alentejana

Desde o sempre que existem alentejanos na Baixa da Banheira, porém a partir da ultima metade dos anos 50, com a criação da Lisnave, Siderurgia e Setenave, assistiu-se uma migração enorme de gente vinda do Alentejo que ali facilmente arranjava trabalho e então muitos trabalhadores vieram procurar a nossa Vila, mercê da maior acessibilidade de rendas de casa e pela facilidade dos transportes, nomeadamente para o Seixal que, na altura, eram obviamente baratos.

As penosas condições de vida dos trabalhadores nos latifúndios alentejanos, a natureza repressiva e persecutória do regime salazarista trazia, todos os dias, cada vez mais gente proveniente do Alentejo, à nossa zona procurando melhores condições de subsistência.

Os pilares da fundação da Sociedade Recreativa e Cultural União Alentejana, assentam nos finais da década de 50. A comunidade alentejana que à época já era a maior na Baixa da Banheira, veio a ter um acelerado crescimento no decorrer dos anos 60, exercendo inegável influência social, associativa, política e cultural.

Assim não foi surpresa para ninguém que os alentejanos para aqui vindos, ressumbrando saudades pela sua província distante, se reunissem onde calhava, espraiando os seus nostálgicos cantares alentejanos em encontros de convívio, em tabernas locais – lugares de encontro.

E foi assim que acabaram por criar um grupo coral alentejano o qual em 1960, ficou instalado em casa alugada, em condições precárias, na Estrada Nacional.

Muda-se depois, no final desse mesmo ano para outra casa alugada onde hoje é a Rua Luís de Camões, junto ao chamado Pátio do Feijão, onde permaneceu alguns, poucos meses.

Aliás, alguns anos antes existira na Rua de Moçambique, nº 70, num café, o Grupo Coral Saudade do Alentejo que não obstante as suas promissoras exibições acabaria por se extinguir prematuramente.

A notável colectividade jamais deixou de divulgar o folclore daquela vasta província.

Começaram a encarar a possibilidade de se legalizar, transformando o Grupo Coral em Associação, aberta a todos os alentejanos. Já em 1961 mudam-se para casa onde hoje é a actual Sede e onde dão continuação às demarches para a legalização da sociedade.

O Alvará e os Estatutos vêm a ter autorização do Governo Civil em 29.04.1961. Contudo, a data de fundação foi sempre considerada a de 12.11.1960.

O primeiro livro com registo de sócios tem data de 1961. Tinha nascido, assim, a Sociedade Recreativa e Cultural União Alentejana, como desde a sua fundação foi designada.

O Grupo Coral, cujos elementos e fundadores virão a dispersar-se pelas tarefas directivas da nova associação, vem a ter curta existência, vindo desagregar-se a curto prazo.

Por actas da Direcção, sabe-se que já não existia no ano de 1963. A colectividade vai estar sem Grupo cerca de 20 anos.

É em 1981, já muito depois do 25 de Abril que, no decorrer da I SEMANA CULTURAL ALENTEJANA que por sugestão do então Presidente da Câmara Municipal da Moita, José António Apolónia, se vem a dinamizar junto dos associados a criação de um novo grupo coral de canto tradicional alentejano, que vem a ser criado em 10.06.1982.

Realizou com a Câmara um protocolo de valorização artística para o Grupo Coral de Cantares Alentejanos, tendo actuado várias vezes no exterior e é hoje um dos mais cotados agrupamentos corais de tantos quantos existem fora do Alentejo, actuando em quase todo o país e até no estrangeiro.

Das suas actividades, a que merece mais relevo e que muito tem erigido a União Alentejana e dignificado a Baixa da Banheira, é sem duvida a denominada Semana Cultural Alentejana, manifestação recreativa e cultural que promove anualmente desde 1981, louvável empreendimento que proporciona a esta vila uma das maiores manifestações de folclore alentejano realizadas nesta região, reunindo das mais gradas figuras alentejanas nas artes e letras, inclusive no mundo do teatro como Eunice Munoz, Manuel da Fonseca, Eduardo Olímpio e tantos outros.

Notáveis alentejanos que por aqui passaram aquando da Semana da Semana Alentejana que acompanham o programa e o desfile do cortejo etnográfico nas ruas da Baixa da Banheira, verdadeira expressão do povo alentejano.

Os apoios são diversos, desde a Casa do Alentejo a câmaras municipais do Alentejo, Junta local e Câmara Municipal da Moita.

Para além dessa grande actividade, os “Alentejanos” têm promovido trabalho intenso no campo cultural com a organização de vários espectáculos de teatro e muitas exposições de artesanato, artes plásticas e fotografias, excursões, colóquios, saraus musicais, promovendo a apresentação pública de livros de escritores alentejanos além dos tradicionais bailes.

As suas iniciativas vão desde a manutenção dos espaços de convívio e festas abertas aos sócios (é a única colectividade local que mantém vivo de actividades, a sua esplanada ao ar livre – única que localmente sobreviveu até hoje – com os tradicionais bailes de mastros, jogos populares, malha corrida e de banco e a promoção de festas e encontros corais alentejanos e outros – como as comemorações do 25 de Abril) verdadeira praça pública de convívio entre os sócios e população.

A malha corrida e de banco são modalidades com bastante enraizamento nos sócios e simpatizantes da Sociedade Recreativa e Cultural União Alentejana, organizando habitualmente na colectividade torneios por ocasião das comemorações do 25 de Abril, Semana Cultural Alentejana e aniversario da colectividade.

Desde há 5 ou 6 anos organizam a “Noite Alentejana”, incorporada nas Festas Populares da Baixa da Banheira.

No campo desportivo “Os Alentejanos” também se evidenciaram meritoriamente na organização de provas desportivas nomeadamente nos torneios da malha e sobretudo na prova de atletismo denominada “Meia Maratona da Margem Sul do Tejo” que constitui uma admirável ocorrência desportiva aqui realizada, motivo de satisfação e de orgulho para quantos amam o progresso desta urbe, pois nela conseguiram reunir os melhores atletas da especialidade e a representação dos clubes chamados grandes do nosso país, organização que primou por uma execução impecável.

Mais recentemente (1998) um grupo de mais de 20 jovens associados cria uma nova Secção de Futebol de Salão, que tem vindo a participar no Campeonato Regional do Vale do Tejo/Federação Portuguesa de Futebol de Salão, com assinalável êxito.

Em 1999 a equipa de Futebol de Salão obtém o 3º lugar, o que permitiu a subida à II Divisão Nacional, escalão sénior.

A Sociedade “União Alentejana”, além do seu Grupo Coral, mantém em exercício há muitos anos consecutivos uma escola pré-primária nas suas instalações e de actividades de tempos livres para crianças (sócios e não sócios) e por tudo isso, se considera que a SRCUA é um dos grandes baluartes do associativismo banheirense.

A Sociedade Recreativa e Cultural União Alentejana é filiada na Federação das Colectividades de Cultura e Recreio e possui razoáveis instalações cedidas em contrato de comodato pela Câmara Municipal, sendo uma das sedes das colectividades mais frequentadas desta Vila, pois soube cativar os seus associados com divertimentos comuns ao povo alentejano, onde muitos passam as suas horas de lazer.

Única colectividade de carácter regionalista da nossa terra, tem vindo sucessivamente a melhorar as suas instalações, a criar novas modalidades e pólos de interesse para os associados que actualmente são cerca de 1000.
As receitas provem do bar, rifas, sorteios, aluguer do salão para festas e apoio das autarquias.

Para melhor poder perspectivar o seu futuro os dirigentes reivindicaram desde há muitos anos junto da Autarquia Municipal a cedência do terreno onde se encontra em direito de superfície.
A Câmara Municipal, em 09.06.1992, permuta as instalações com a senhoria do prédio, sendo a Câmara a partir dessa data a proprietária e locadora do imóvel.

Em 06.03.1993 é assinado um Contrato de Comodato entre a CMM e a Direcção da colectividade.

Entre 1996 e 1998 é reivindicado junto da Autarquia a cedência em direito de superfície.

Em 1998 os Corpos Gerentes decidem mandar executar projecto de Arquitectura (da execução do qual dependia a cedência em direito da superfície, por parte da CMM) para novas instalações e é apresentado à Câmara ainda em 1998.

Em reunião de 10.11.1999, a Câmara Municipal da Moita delibera aprovar o pedido da Colectividade e decide constituir a seu favor o direito de superfície sobre o prédio.

Em 01.04.2000 é assinada, em cerimónia na colectividade, a escritura de cedência, entre a Câmara Municipal e os Corpos Gerentes da Colectividade. O projecto e obras tiveram aprovação Municipal em Dezembro de 2000 e foi entregue o processo para candidatura a financiamento de obras nos competentes serviços do Estado.

Fundadores: André Matos, José Manuel da Praça, Francisco Paias, José Varandas, Mário Borges, Albino Casquinha, Gerónimo Rosa e Manuel Duarte.

Reportório: O reportório do Grupo Musical Vozes da Planície tem como reportórios, canções tradicionais e populares do cancioneiro alentejano embora com canções de diversos grupos e também algumas de autoria do próprio grupo tanto música como letra.


Reportório gravado: 2 Cd’s+cassete.
1ª Gravação: Em 2004 com 12 canções. Com o título: Cantes da Planície.

2ª Gravação: Em 2006 com o título: É tão linda a Primavera, também com 12 canções.

Actuações: O grupo tem uma média de 35 espectáculos por ano distribuídos por todo o pais embora com mais frequência no Alentejo e na cintura industrial de Lisboa e Setúbal.

Ensaios: O grupo Musical Vozes da Planície, ensaia nas instalações da União Alentejana da Baixa da Banheira á qual pertence o grupo. O ensaio realiza-se todas as quartas-feiras pelas 21 horas.

Condições para actuação: Combinar com os eventuais interessados.

Apoios: O grupo é apoiado pela União Alentejana e tem um protocolo de valorização artística com a Câmara Municipal da Moita e outro com a Junta de Freguesia da Baixa da Banheira, os quais são renovados anualmente.